Espaços históricos e educação formal e não-formal
Espaços históricos compreendem museus, espaços nas cidades, comunidades, centros culturais, e etc. Todos esses espaços reafirmam a necessidade de interação entre cultura e educação. Há um campo de possibilidades que pode ser aproveitado pelo professor que planeja seu processo educativo com intencionalidade de valorizar a educação além dos muros da escola e interage em múltiplas dimensões.
O
objetivo deveria ser não apenas mostrar esses lugares de interesse histórico,
mas aprofundar nestes locais momentos de interação entre estudantes,
professores e fontes diversificadas de aprendizagens. Nas últimas duas décadas
os museus vêm ocupando seu papel como espaço educativo de maneira mais
significativa, como já ocorre fortemente em países europeus.
Além
de prazerosa, uma visita a um museu pode despertar curiosidade e favorecer o
aprendizado de temas que, talvez, nem seriam citados em uma aula dentro de
sala. Por ser rico em informações visuais, o planejamento por parte da equipe
pedagógica se faz ainda mais importante, para que não haja confusão entre o que
ciência, fato e História, do que é imaginação.
A
educação não-formal ocorre quando, fora do ambiente escolar, os alunos
vivenciam uma proposta organizada de aprendizagem, em que seus resultados não
são foco de uma avaliação formal. O objetivo deveria ser refletir sobre os
museus como espaços diferenciados e privilegiados de experimentação de outras
formas de sociabilidade por parte dos alunos, espaços de cidadania, que
oferecem a possibilidade de vivenciar outras práticas culturais.
Neste
tipo de espaço, a educação se torna significativa e sendo assim, não
desaparecerá da memória do educando após a resolução de uma prova. É um
aprendizado para toda a vida. Embora os museus sejam dispositivos privilegiados
através dos quais o passado é apresentado ao público, não se pode esquecer que
isso é feito por diferentes instituições, meios e práticas. Porém, não se pode
esquecer que, como instituição dedicada à memória e à celebração do passado, os
museus desempenham um papel fundamental na construção de ideologias e
identidades nacionais e sociais.
Esse
peso cultural pode assustar um professor que não esteja preparado para orientar
seus alunos, ou fomentar o valor da boa educação, sem influência de opiniões
pessoais, mas que valoriza o pensamento crítico a consciência de seu papel
social. O papel da escola é formar cidadãos autônomos e participativos no
processo de construção da sociedade, isso inclui consciência histórica,
conhecimento palpável das origens e de outras culturas.
Bemvenuti (2008) apresenta um resumo dos momentos marcantes nesta formação:
"A
história das ações educativas nos museus brasileiros percorre desde a
realização de ações experimentais isoladas até as intenções políticas,
inicialmente desenvolvidas em
museus de história. Relembro aqui alguns movimentos
importantes quando os olhares se voltaram para a educação em museus,
primeiramente, a criação do Curso de Museu no Museu Histórico Nacional, em
1932, liderado por Gustavo Barroso; seguindo com o incentivo do Movimento das
Escolinhas e Clubes de Arte Infantil para a aproximação das crianças com os
museus nas décadas de 50/60/70; e as poucas (e vitoriosas) publicações
brasileiras que ofereceram subsídios sobre a educação em museus, em diferentes
níveis, ao longo do século XX."
Comentários
Postar um comentário